quinta-feira, 22 de maio de 2008

Ciberjornalismo


Segundo Hélder Bastos, na sua tese de mestrado, "Jornalismo Electrónico: Internet e reconfiguração de práticas nas redacções", o ciberjornalismo ou jornalismo digital (expressões equivalentes) será a produção de textos jornalísticos "na rede e para a rede".




Há uma enorme mudança entre as primeiras tentativas de ciberjornalismo (anos 80), até aos jornais totalmente digitais que temos hoje. Como em todas as grandes as mudanças, esta apresenta vantagens e desvatagens. Entre as vantagens temos: a instantaneidade, a interactividade, a actractividade, a distribuição fácil e a produção mais barata. Entre as desvantagens encontram-se novos problemas éticos e legais que o jornalismo digital coloca, como por exemplo: separação cada vez mais ténue (na Internet) entre os textos jornalísticos e os anúncios, ou entre a possiblidade de efectuar hipeligações entre os textos que os jornalistas escrevem e produtos que estão à venda "on-line", organizações de duvidoso currículo ou textos de opinião sobre o mesmo tema.


Fred Mann , escreveu em 1997: "Quase todos os jornais de que nos lembramos estão online. Porquê? Porque têm medo de não estar. Porque lhes foi dito que era necessário estarem. Porque querem proteger a sua posição de fornecedores locais de informação. E porque esperam que exista lá dinheiro".


Esta caminhada para a Net teve, segundo a referência aqui de Hélder Bastos, “o ciberjornalista vê-se na contingência de pensar cada vez menos em termos de redacção linear para se aproximar progressivamente do conceito de produção jornalística.”, ou seja, o ciberjornalista tem a responsabilidade de agregar num só artigo com a máxima eficiência a hipertextualidade, a interactividade, a liguagem, o delineamento e a estruturação.



Assim, a tendência do jornalismo on-line será para um maior fosso entre este e o restante jornalismo. A própria noção de jornalismo que se altera com a Internet e não o contrário. Apesar de todas as dificuldades que neste momento esta profissão encontra, já refer tradicional. E mesmo uma cisão que se possa estabelecer entre jornalismo offline, ou seja, sem rede e jornalismo em rede tende a desactualizar-se, uma vez que mesmo os primeiro referidos utilizam cada vez mais a internet, seja para a pesquisa de informação, para enviar e-mails, ou ainda como método de formação on-line. É certo que idas anteriormente, ninguém tem dúvidas que é esta a profissão do futuro, e que daqui a cerca de uma década, todos nós nos encontraremos envoltos numa sociedade de informação online.

sexta-feira, 16 de maio de 2008

terça-feira, 13 de maio de 2008

JAC (Jornalismo Assistido por Computador)

A noção inglesa de CAJ, Computer Assisted Journalism ou, em português, Jornalismo assistido por Computador é um dos conceitos mais antigos de estudo do Jornalismo associado à tecnologia e Internet. Este traduz as inovações e alterações que o computador veio trazer ao Jornalismo nas suas diferentes vertentes, na recolha de notícias, no respectivo tratamento e difusão.


A introdução da informática no jornalismo veio facilitar em larga escala a maneira de trabalhar, por exemplo, no simples acto de escrever (artigos, notícias, etc.). Trocando o computador pela máquina de escrever tornou-se possível reescrever, apagar, substituir ou acrescentar texto sem qualquer dificuldade e muito rapidamente. Esta associação aos computadores também permitiu recuperar antigos documentos guardados no disco, usando-os em novos artigos, podendo assim recorta-los, cita-los e copia-los para os novos.


Mas apesar de esta gigantesca mudança que os computadores trouxeram à vida de qualquer jornalista, o JAC trouxe ainda mais benefícios. Estes surgem quando o jornalista pode servir-se do computador para organizar a informação e sobretudo através da gestão dessa informação mediante programas de base de dados e de estatística, com a utilização de programas de agenda e de folhas de cálculo.

O JAC aplica-se a todas as áreas de jornalismo. Por exemplo, no jornalismo de investigação, o computador estabelece-se como uma ferramenta indispensável para recolher informação, organizá-la sob diferentes parâmetros, por fontes, locais, datas, conteúdos, e confrontá-la com outras informações, em jeito de prova, reforçando ou contradizendo outras notícias. O jornalismo assistido por computador também permite um armazenamento multimédia, ou seja, permite guardar vídeos, sons, fotografias, e gerir também estes dados de maneira idêntica à que faz com os textos


Porém, esta nova fonte de benefícios, não trouxe apenas auxílios. Segundo Catarina Moura, da Universidade da Beira Interior, esta abertura para a de informação pode trazer alguns perigos: qualquer pessoa pode comentar, escrever e publicar o que pensa, logo há uma propagação de opiniões, a maior parte delas diferenciadas, algumas falsas e sem fundamento, que podem gerar grande controvérsia. Este crescente número de informação dificulta a capacidade de filtrar o que realmente interessa e de avaliar o que é de confiança.


Para este problema, já existem organizações que promovem este conceito de “filtrar” informação, nomeadamente, o NICAR (National Institute for Computer-Assisted Reporting) e o DICAR (Danish International Center for Analytical Reporting), promovendo unicamente o uso do JAC na recolha de informação. O computador é visto, sobretudo, como ferramenta de trabalho do jornalista na sua actividade de reportagem e não como ponto de difusão de notícias.


O JAC é hoje em dia usado na profissão para algo imprescindível nos dias de hoje para um jornalista, mas também para algo que seria impensável há alguns (poucos) anos atrás na mesma profissão: receber notícias directamente das agências noticiosas, buscar informação na Internet é algo banal que um computador permite. Trivialidade essa que, no entanto, altera inteiramente, a forma de investigar, tratar e redigir as notícias.


Para aprofundar o seu conhecimento sobre o JAC pode procurar:

- A História do conceito de JAC (capítulo "Computers and Journalism");

- Uma explicação de CAR, em powerpoint feita pela Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo;

- Um artigo em pdf sobre CAR sobre a influência dos EUA nas metodologias originais do CAR, elaborado por Stephen Lamble;

- Um artigo da TIME sobre a evolução do Jornalismo